Oscar Maroni diz que espaço é um "centro de entretenimento para adultos" (Foto: Marcelo Mora/G1) |
Dono do estabelecimento, o empresário Oscar Maroni conseguiu autorização da Prefeitura para o local funcionar como "hotel" e prestar serviços "pessoais e estéticos". A licença foi obtida cinco meses depois de Maroni ser inocentado pelo Tribunal de Justiça (TJ) da acusação de explorar a prostituição, crime pelo qual ficou preso por menos de um mês em 2007.
O empresário conta que obteve a licença provisória para o Bahamas funcionar por dois anos no começo do mês. Entretanto, uma das exigências da licença é que o conhecido palco da casa permaneça desativado.
"(A licença foi dada) com a ressalva de que o uso do restaurante deverá ser exclusivo aos hóspedes do hotel, e que também é vedado o uso do estabelecimento para pista de dança e shows", afirmou a administração municipal em nota.
O estabelecimento funciona a poucas quadras do Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul, e atrai executivos que visitam a cidade. O Oscar's Hotel, edifício de 50 metros de altura construído próximo à boate, continua embargado e também é alvo de disputa judicial.
Licença de funcionamento condicionado concedida ao Bahamas Club (Foto: Marcelo Mora/G1) |
O empresário diz que os homens pagam R$ 200 para entrar no Bahamas e têm direito a usar por uma hora os quartos. As mulheres pagam R$ 30 e têm direito a uma refeição. Para elas, o traje sugerido são biquínis ou lingeries.
Há seis anos, Maroni estimava ter um faturamento de R$ 20 mil a R$ 40 mil por dia no Bahamas, que atualmente ele define como um "centro de entretenimento para adultos".
Apesar da licença provisória, Maroni diz acreditar que suas pendências com licenças se encerraram com a decisão do prefeito Fernando Haddad (PT) de anistiar estabelecimentos com até 1,5 mil metros quadrados do Habite-se.
Segundo Maroni, o Bahamas é um "balneário" que tem área inferior a este limite, com 24 quartos, sauna e piscina.
Do acidente da TAM ao fechamento
Os empreendimentos de Oscar Maroni na Rua dos Chanés, em Moema, começaram a ser questionados após o acidente com o Airbus da TAM em 17 de julho de 2007.
Reportagem do Fantástico mostrou que um hotel de 11 andares e quase 50 metros de altura construído por Maroni era criticado por pilotos.
Sob alegação de irregularidades na licença, o Oscar’ Hotel foi lacrado pela primeira vez em 26 de julho e permenece atualmente interditado. À época, Maroni reagiu com críticas ao prefeito Kassab.
Pouco tempo depois, a Prefeitura de São Paulo também decidiu interditar a boate Bahamas - em 3 de agosto de 2007 - sob a afirmação de que o estabelecimento não estava licenciado e que não tinha Certificado de Acessibilidade e Certificado de Manutenção do Sistema de Segurança.
A boate funcionava graças a um Termo de Consulta de Funcionamento (TCF) deferido em outubro de 2004 para a atividade de "Serviço de Hospedagem - Hotel - Restaurante e Boite." A interdição ocorreu após reportagem na qual Maroni teria admitido que o local era "uma casa de prostituição".
Na mesma época, casas noturnas vizinhas a de Maroni e também outras na Rua Augusta foram fechadas, a maioria por problemas com licenciamento. “Em 2007, disseram que a minha atividade era ilícita. E que o Bahamas seria fechado porque seria uma casa de prostituição de luxo. Suspenderam a emissão do meu alvará definitivo”, relembra Maroni.
Acusado pelo Ministério Público de favorecimento e exploração da prostituição, formação de quadrilha e tráfico de pessoas, Maroni ficou preso entre 14 de agosto e 2 de outubro de 2007, mas saiu do Distrito Policial da Casa Verde graças a um habeas corpus. Em abril de 2013, o Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo inocentou Maroni da condenação de crimes ligados à prostituição.
Os desembargadores do Tribunal de Justiça entenderam que, embora prostitutas frequentassem a boate, o lugar não se caracterizava como uma casa de prostituição. “Minha vida dali virou um caos. Fui preso, fui pra cadeia. Minha vida foi um caos nos últimos sete anos. O que mudou agora foi o prefeito", disse.
Fonte: Portal G1
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