Garota pediu uma peruca após perder o cabelo com a quimioterapia (Foto: Anna Gabriela Ribeiro/G1) |
Uma enfermeira faz com que pacientes em fase terminal passem a acreditar em contos de fadas, isto porque ela se fantasia de “Fada Blue” e realiza os desejos mais inusitados para satisfazer pacientes que apresentam risco de vida. O último sonho foi realizado em Santos, no litoral de São Paulo, para uma paciente de 12 anos, que escreveu uma carta com o pedido e ganhou um dia especial.
Jennifer se sente mais segura para retornar à escola (Foto: Anna Gabriela Ribeiro/G1) |
Ela afirma que os pedidos são inusitados, mas que ela faz o possível para conseguir. “As pessoas pedem de tudo, salto de paraquedas, mergulho, viagens, festa de aniversário, conhecer artistas. Uma senhora de 90 anos quis ter uma festa de debutante. A maioria são pessoas com doenças em fase terminal ou que correm risco de vida”, diz.
Em Santos, a Fada Blue realizou o sonho da Jennifer Cordeiro, de 12 anos, que teve câncer ósseo, precisou amputar uma perna e perdeu o cabelo. O pedido da garota foi uma peruca de fios naturais. “A Fada Blue leva felicidade e fantasia, não é só dar uma coisa. Ela queria uma peruca, não é só entregar a peruca e tchau, tem todo um projeto atrás disso. Ela vai ter um dia só para ela, pois já passou por tanta coisa, perder o cabelo adolescente, a amputação, não é fácil. Ela vai ter um dia de princesa, vai se arrumar, vai ganhar roupas, sapatos, vamos almoçar fora, terá passeio pela orla de Santos, vamos ao aquário, no Monte Serrat e a gente termina com uma festa de aniversário para ela”, explica.
Fada Blue realiza os mais diversos tipos de pedidos (Foto: Anna Gabriela Ribeiro/G1) |
Infelizmente, nem sempre ela consegue realizar os sonhos a tempo. “O que mais mexeu comigo foi um que não consegui realizar. Era um menino de 19 anos e o sonho dele era ser marinheiro, ele me pediu para ir fardado ver um submarino e um navio. Nós teríamos que ir ao Rio de Janeiro, mas quando a médica liberou eu não consegui patrocínio para as passagens aéreas. A médica me ligou dizendo que não daria mais tempo, falou que eu teria que fardar ele no hospital. Eu e dois tenentes da Marinha o fardamos, ele ficou feliz da vida e andou pelo hospital, disse que quando ele fosse embora queria ir com o uniforme da Marinha. Infelizmente ele faleceu dias depois, alguma coisa faltou, isso dói muito”, lamenta Priscila.
Para conseguir realizar os desejos, ela conta com o apoio das pessoas; a Fada Blue tem uma página na internet, com informações sobre o projeto social. Para controlar a emoção, ela explica que separa bem as situações. “Fada Blue e Priscila são pessoas diferentes. A Priscila é a pessoa que chora, a que vai atrás de patrocínio, a que sofre. A Fada Blue está sempre feliz, sempre sorrindo, acreditando que vai dar certo. Para mim é satisfatório ver um sorriso depois que acaba um sonho, no momento a dor some, as lembranças ruins desaparecem, isso é muito mágico. A fada que faz isso, se eu não estou vestida de fada eles dizem que não vale”, finaliza Priscila.
Fonte: Portal G1
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