Um grupo de cães atacou o menino perto de um parque há uma semana. Estima-se que cerca de 65 mil cães de rua vivam na cidade.
Ativistas do grupo de defesa de animais 4Pfoten (Quatro Patas) estão pedindo às autoridades que promovam uma esterilização em massa dos cachorros como solução, em vez de matá-los.
O diretor do grupo, Gabriel Paun, disse à BBC que o 4Pfoten está castrando cães de rua em Bucareste, mas que um esforço maior é necessário.
“Nos últimos anos castramos 100 mil cães na Romênia ao todo, 10,6 mil dos quais em Bucareste. Mas não é suficiente, esse é um projeto voluntário privado – precisamos que eles façam o mesmo em nível nacional”, ele diz.
“Não é um problema local, é nacional – mesmo se Bucareste se livre de cães de rua, os cães não têm fronteiras administrativas, eles voltarão.”
Autoridades dizem que cerca de 1,1 mil pessoas foram mordidas por cães de rua em Bucareste nos quatro primeiros meses deste ano.
O presidente romeno, Traian Basescu, defende a aprovação de uma lei para matar os cães, dizendo que “humanos estão acima de cachorros”.
Canis lotados
O site noticioso Balkan Insight diz que, sob a lei atual, cães de rua devem ser levados a canis, onde têm de permanecer por 14 dias, período em que podem ser adotados.O problema é que muitos cachorros não são adotados nesse período, e os canis estão superlotados.
A avó do garotinho que morreu compareceu ao protesto no domingo. Aurica Anghel disse que espera “uma mudança para melhor – eu não quero mais ver cães nas ruas.”
Outro manifestante disse que em sua vizinhança grupos de cães andam pelas ruas à noite. “Tenho medo de sair.”
Paun diz que 4Pfoten está agora tentando convencer parlamentares a rejeitar a matança.
Ele afirma que um esboço do projeto – em discussão há quatro anos – já previa a esterlização em massa, mas a 4Pfoten agora teme que ele possa ser alterado para legalizar o extermínio dos cães de rua.
Segundo Paun, o problema exige uma solução em sua raiz: a cultura de ter animais de estimação deveria ser melhorada. Duras penas são necessárias para os que abandonam cães, e autoridades deveriam introduzir microchips nos cachorros para que seus donos possam ser rastreados, diz ele.
Paun também afirmou que o termo “eutanásia” é impreciso, porque o plano é matar cães saudáveis, não só os doentes, agressivos ou muito velhos.
“Fizemos nossa própria pesquisa, e se você muda a palavra para ‘matar’, ninguém quer isso”, afirma.
Fonte: BBC Brasil
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