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7 Policial caminha em frente a ônibus queimado por black blocs
durante protesto no Rio. A manifestação é para exigir mudanças no
sistema de ensino público estadual e municipal. (Foto: Ricardo
Moraes/Reuters) |
Após a manifestação no Centro do Rio que terminou em quebra-quebra
nesta segunda-feira (7), as autoridades da área de segurança decidiram
nesta terça-feira (8) que quem for identificado como autor de atos
violentos e de vandalismo nas manifestações vai responder por
organização criminosa. A lei que permite esse tipo de indiciamento
entrou em vigor recentemente, e prevê pena mais severa, de até oito anos
de prisão.
O governador Sérgio Cabral disse que a polícia se posicionou de forma
correta garantindo uma manifestação tranquila para os professores. Em
nota, a Polícia Militar informou que quando os criminosos começaram a
depredação do patrimônio público, os policiais agiram com os recursos
adequados a este tipo de situação.
O ato
A passeata dos professores foi pacífica que reuniu milhares de pessoas —
10 mil, segundo a Polícia Militar, e 50 mil, de acordo com o sindicato
de professores. Após as 20h, um grupo com cerca de 200 jovens pichou,
quebrou janelas e tentou invadir e incendiar o Palácio Pedro Ernesto,
sede da Câmara Municipal, na Cinelândia, dando início a uma série de
vandalismos.
Até então, poucos policiais tinham sido vistos nos arredores do
protesto. Um agente que não quis se identificar confidenciou: "Recebemos
ordem para não fazer nada. Ficamos entrincheirados no QG
[quartel-general] e, pela primeira vez, começamos a trabalhar depois que
fomos atacados", disse ao
G1.
Um preso
Pelo menos 15 manifestantes foram detidos e levados para a 5ª DP (Mem
de Sá). Um deles era menor de idade. Eles foram revistados e liberados
porque nada que pudesse configurar o flagrante foi encontrado. Na mesma
delegacia, um homem que se aproveitou do tumulto foi preso após ser
achado com quatro aparelhos de televisão e pares de chinelo, em um ponto
de ônibus próximo à Central do Brasil. A polícia investiga se ele
furtou os produtos durante a confusão. Em depoimento, o preso negou o
crime e disse que apenas recebeu o material. Ele foi autuado por
receptação e, segundo a polícia, tem cinco passagens por furto na mesma
região.
De acordo com advogados do Instituto de Defesa dos Direitos Humanos
(DDH), outras duas delegacias receberam ativistas detidos. Um foi levado
à 12ª DP (Copacabana), e outros três foram conduzidos à 17ª DP (São
Cristóvão).
A violência dos ativistas dispersou o ato por volta das 20h30. Até
então, seguia sem conflitos, apenas com palavras e faixas contra a
política educacional do estado, em apoio à greve e contrário ao plano de
cargos e salários aprovados pelos vereadores (entenda o impasse). As
avenidas Presidente Vargas, onde a passeata começou, e Rio Branco, por
onde seguiu até a Cinelândia, tiveram trechos interditados durante a
noite, atrapalhando o trânsito.
A depredação chegou também ao Theatro Municipal, outro prédio
centenário do Centro, ao lado da Câmara. Na sede do Legislativo, segundo
a assessoria de imprensa da casa, agentes do grupamento especial da
Guarda Municipal e o efetivo da Coordenadoria Militar conseguiram
impedir a invasão. Os vândalos jogaram galões de gasolina e bombas
caseiras pelas janelas, na tentativa de incendiar o prédio. A parte
externa foi pichada com palavras contra o prefeito Eduardo Paes e o
governador Sérgio Cabral.
Dispersos, os mascarados seguiram quebrando bancos, placas, pontos de
ônibus e fazendo fogueiras com lixo e entulho por ruas do Centro, Glória
e Lapa. Um ônibus foi incendiado próximo ao Cine Odeon, ainda na
Cinelândia. Bombeiros controlaram o fogo. Ninguém ficou ferido. Outro
coletivo, desta vez perto dos Arcos da Lapa, foi depredado. Segundo a
Rio Ônibus, foram mais de dez veículos quebrados.
Fonte: Portal G1
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