Na casa onde o cantor e compositor José Martins de Paula nasceu (em 1960) e cresceu, poucos escaparam da música.
Eram 11 irmãos, dos quais apenas três não cantam ou tocam algum instrumento.
Zé Martins tirava som do violão, zabumba, teclado e sanfona. Aprendeu tudo sozinho. A mulher, Angela, estima que ele tenha feito cerca de 1.200 canções, nem todas gravadas -algumas ficaram rascunhadas em cadernos.
De família religiosa, fez sete anos de seminário com jesuítas, mas acabou desistindo.
A religião, porém, permaneceu como tema de suas composições. Era de madrugada que lhe vinha a inspiração, e Zé, ultimamente, varava a noite musicando salmos.
O músico, que já percorreu o país dando cursos de liturgia e canto religioso, viveu nos últimos nove anos de um projeto que ele e a mulher criaram: a "Revista de Canto Pastoral", mensalmente distribuída em igrejas e paróquias.
A publicação trazia um CD com canções colhidas nas comunidades e gravadas no estúdio do casal. Ao todo, foram feitas 49 edições da revista, que parou de rodar porque Zé passou a trabalhar há dois meses na prefeitura de Pouso Alegre (MG), como assessor de mobilização popular.
Ao mesmo tempo, perseguia seu grande sonho de se tornar juiz e professor de direito -estava no terceiro ano da faculdade.
Faleceu aos 49 em 2009, deixando três filhas e um neto.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo 22 de Outubro de 2009
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