Estação Ferroviária de Guararema é um marco do desenvolvimento da cidade (Foto: Cristina Requena/G1) |
A proximidade com a capital paulista, o clima interiorano e o contato com a natureza conquistam o turista que vai a Guararema. A aproximadamente 80 quilômetros de São Paulo, o município fica na região do Alto Tietê, que tem fácil acesso pelas rodovias Ayrton Senna e Presidente Dutra. Já é rotina dos mais de 25 mil habitantes da cidade receberem os turistas, que em sua grande maioria são da capital.
O gasto com passeios dentro da cidade são baixos, já que muitos atrativos são livres da cobrança de taxa de entrada. Quem opta pelo tradicional passeio na região central e a vista para o Rio Paraíba do Sul não precisa nem se locomover de carro.
Basta estacionar o veículo e caminhar entre o Recanto do Américo, também conhecido como Pau D'Alho, e o Parque de Lazer Professora Deoclésia de Almeida Melo, onde fica o Centro Artesanal Dona Nenê. Os mais dispostos chegam com facilidade até a estação ferroviária, sem precisar de carro.
Quem preferir deixar o carro estacionado e percorrer os roteiros caminhando precisa ficar atento as vagas reservadas de zona azul. O sistema rotativo de estacionamento funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h e aos sábados, das 9h às 13h. O bilhete para período de meia hora custa R$ 1, uma hora R$ 1,50 e duas horas R$ 2,50.
O turista vai precisar de transporte ou veículo particular para conhecer alguns pontos.
Um deles é o Parque da Pedra Montada e a Igreja de Nossa Senhora da Escada, que é a única do Brasil que possui a imagem de São Longuinho (o santo dos objetos perdidos) em altar. O deslocamento de carro a roteiros como esses não leva mais de 10 minutos.
Embora a cidade conte com uma rede hoteleira formada por nove hotéis e pousadas, a escolha da maiorida dos grupos que movimentam o turismo na cidade é o 'bate-volta' , um passeio que dura um dia, começando no início da manhã e terminando no fim da tarde quando o turista retorna para casa.
A manicure Maria Núbia Gomes Bonfim, mora na Vila Guilherme, em São Paulo, e é adepta do bate-volta a Guararema.
"Sempre que posso venho. Temos parentes que moram na cidade. Então passeamos durante o dia, almoçamos e retornamos para a capital. A viagem até aqui costuma ser tranquila e durante semana levamos cerca de 1h30 de São Paulo até aqui. As condições das estradas também são boas, o que facilita o passeio, tanto na ida quanto na volta. Por isso, não nos importamos se o tempo passar demais. As vias são bem iluminadas, o que nos dá segurança para esticar o passeio e ainda ficar por aqui durante a noite", conta.
O autônomo Moacir Francisco Jácome trocou a vida em São Paulo pela tranquilidade de Guararema. "Moro em Guararema há 14 anos. Troquei a vida agitada da capital pelo interior e ganhei em qualidade de vida. Vivia passando mal com pressão alta e hoje levo uma vida tranquila aqui, além de proporcionar para minha filha uma boa educação".
Segundo estimativa da Prefeitura, nos primeiros seis meses do ano o período que mais registrou turistas por finais de semana e feriados foi janeiro com quase 19 mil pessoas circulando nos pontos turísticos do município. De fevereiro a maio, o movimento variou de 3,9 mil pessos a 6,2 mil. Junho, que registrou baixas temperaturas, atraiu cerca de 1,3 mil turistas para o município.
Quem também agradece é o comércio. Tiago Baldonado é sócio-proprietário de um restaurante no Centro.
"Guararema vive do turismo. A maioria dos turistas são de São Paulo e nem a crise afetou o movimento, que é muito intenso no período de férias, datas sazonais e finais de semana. O comércio está sempre preparado para receber esse público, já que os moradores acabam não consumindo tanto."
Baldonado conta também que a organização da cidade é assunto recorrente nas rodas de turistas.
"As pessoas elogiam a limpeza da cidade, conservação, organização e a tranquilidade. Desenvolvemos uma decoração para o restaurante que remete a um clima de roça, lembra a casa da vovó. As pessoas sentem-se acomodadas aqui e acabam voltando muitas vezes. O diferencial é um café passado na hora na xícara, um doce caseiro, um bolo saboroso. Quem foge da rotina elogia o clima do comércio local. Em São Paulo tem aquela correria e aqui as pessoas conseguem parar para saborear uma refeição. A galinhada é um ponto forte do restaurante e muito pedida pelos clientes que frequentam o espaço".
Centro Artesanal Dona Nenê atrai turistas (Foto: Cristina Requena/G1) |
Parque de Lazer Professora Deoclésia de Almeida Melo e Centro Artesanal Dona Nenê
O Parque está localizado na área central de Guararema e é interligado à Praça Nove de Julho pela Travessia Dona Victória e Pátio Zé da Bala. O parque abriga o Centro Artesanal Dona Nenê, onde o turista pode conferir a venda de artesanato. Por lá, também é possível conferir atrações culturais. A área tem um espaço amplo e é cercada de bancos e gramados conservados. Ambiente proprício para lazer, compras e descanso.
Ilha Grande tem espaço para a prática de esportes (Foto: Cristina Requena/G1) |
lha Grande
O espaço está localizado a poucos metros do Parque de Lazer Professora Deoclésia de Almeida Melo e do Centro Artesanal Dona Nenê. É muito usado para a prática de esportes, como caminhada e corrida e ideal para o contato com a natureza. Enquanto se caminha pelas pequenas trilhas da Ilha Grande é possível ver o Rio Paraíba do Sul entre as árvores que cercam o espaço. O contraste fica por conta do ambiente calmo formado pelas árvores e a correnteza do Paraíba do Sul.
A área é preservada com espécies nativas de árvores e também é reduto de animais, como capivaras e esquilos. As famílias de capivaras são vistas com frequência pelos turistas que passam pelo local. Os animais têm o costume de tomar sol no leito do rio.
Além de trilhas, jardins e playground, a Ilha Grande conta com o Núcleo de Educação Ambiental (NEA), espaço destinado a debates e aprendizado sobre assuntos relacionados ao meio ambiente.
Turistas podem caminhar por pontes sobre o Rio Paraíba (Foto: Cristina Requena/G1) |
Recanto do Américo - Pau D'Alho
É um dos pontos turísticos mais procurados da cidade. Está localizado às margens do Rio Paraíba do Sul e é considerado o cartão-postal do município. Isso porque é no Recanto do Américo que fica o Pau D'Alho, exemplar bicentenário da árvore que dá nome à cidade: Guararema vem do tupi guarani e significa Pau D'Alho. Quem se aproxima da árvore que tem 33 metros de altura sente um cheiro característico de alho.
A área em toda sua extensão é rica em recursos naturais, que se interligam a uma praça com quiosques, bancos para descanso e um deck de madeira com vista panorâmica para o Paraíba do Sul. A diversão das crianças é jogar farelos para os peixes que com alimentação abundante sobem a superfície e são admirados pelos grupos. A vista privilegiada do espaço também é muito usada para fotos.
Casa da Memória Antônia Guilherme Franco
No local são encontrados objetos sobre a memória da cidade e reúne em seu acervo conjuntos documentais textuais e iconográficos relacionados às origens, ao processo de urbanização, à industrialização, famílias, imigração movimentos culturais e religiosos.
Maria Fumaça faz passeio entre Guararema e Luis Carlos, Guararema (Foto: Mauren Andrade/ arquivo pessoal) |
Estação Ferroviária
A Estação Ferroviária é o local exato da cidade onde o turista visualiza o marco do desenvolvimento de Guararema. A ferrovia, inaugurada em julho de 1876 possuía a pequena Estação Parayba, mas com o crescimento da cidade o local foi ampliado em 1891. A estação foi palco do transporte de cargas e pessoas entre 1876 e a década de 1970.
A estação foi reformada e transformada em Centro Cultural, além disso, um trecho da linha foi reativado e hoje serve de meio de transporte industrial para uma empresa. A Estação Ferroviária de Guararema também integra o Pátio dos Ferroviários, onde encontra-se estacionada a Maria-Fumaça.
Aos finais de semana, feriados e emendas de feriados ocorrem passeios na Maria-Fumaça. Ela percorre o trecho entre a Estação de Guararema e o bairro de Luís Carlos, totalizando 6,8 quilômetros de extensão. Os bilhetes custam em média R$ 50 e os horários de partida podem ser encontrados na página da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF).
O trem turístico é uma composição com três carros de madeira fabricados na Inglaterra e tracionado por uma locomotiva a vapor fabricada nos Estados Unidos, a maior em atividade no Brasil.
Pedra montada dá nome ao parque em Guararema (Foto: Cristina Requena/G1) |
Parque da Pedra Montada
Para chegar ao Parque da Pedra Montada é preciso fazer uso de transporte. O caminho é longo e tem trechos de subida. Dentro do Parque está uma verdadeira escultura da natureza: a Pedra Montada.
Trata-se de uma sobreposição de pedras, cada uma medindo cerca de 9 metros de comprimento por 2,5 metros de altura, daí o nome Pedra Montada. O Parque ainda tem a Pedra do Tubarão, que tem forma de tubarão. Uma excelente opção de passeio para aqueles que gostam de fazer trilhas. O espaço conta com playground e tem uma vista privilegiada. Uma extensa escada de madeira leva o turista ao alto, de onde é possível observar as árvores de cima. Um passeio tranquilo e agradável.
O roteiro foi o escolhido pela dona de casa Tatiane Correia dos Santos, que mora em Umuarama, no Paraná. Acompanhada pela família, ela conta que aproveita a casa de familiares para se hospedar e que não abre mão dos passeios pela cidade na companhia da família.
"Ficamos em média uma semana na cidade. Nos agrada muito passear por aqui porque a cidade é bonita e tem muita diversidade de passeios. Uma característica que me chama a atenção é a limpeza das ruas. É tudo organizado, além do clima nos agradar bastante. Na região sul geralmente é mais frio do que aqui", conta.
Igreja Nossa Senhora da Escada tem imagem de São Longuinho (Foto: Cristina Requena/G1) |
Igreja Nossa Senhora da Escada
A construção fica no bairro Freguesia da Escada, a 3,5 quilômetros do Centro, próximo a um dos portais de Guararema. A Igreja tem arquitetura tipicamente barroca, com paredes em taipa de pilão. A Igreja resistiu à ação do tempo, passou por reformas e ampliações até ser tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em janeiro de 1941.
Em 1982, a Igreja passou por uma reforma definitiva quando foi construída a praça em frente. Abriga a imagem de Nossa Senhora da Escada e é a única Igreja do Brasil que possui a imagem de São Longuinho em altar, conhecido popularmente como o Santo dos objetos perdidos. No bairro, o turista encontra ainda sete restaurantes e duas lojas.
Fonte: Portal G1
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