Uma análise recente sobre 50 estudos descobriu que a pornografia está
associada negativamente com a satisfação sexual e relacional dos
homens.
O documento Pornography Consumption and Satisfaction: A Meta-Analysis
concluiu que “o consumo de pornografia estava associado com resultados
baixos de satisfação interpessoal nas pesquisas transversais,
longitudinais e experimentais”.
Especificamente, a pornografia foi vinculada de forma significativa a
uma satisfação baixa “nas relações sexuais e relacionais” dos usuários
do sexo masculino.
A análise incluiu 50.000 participantes de 10 países e contradiz outro
estudo recente que afirmou que a pornografia tem um impacto positivo em
seus consumidores.
“A pornografia é negativa para a sexualidade”, disse Dawn Hawkins,
diretora executiva do Centro Nacional de Exploração Sexual (NCOSE), em
um comunicado a respeito da nova análise.
Segundo seu site, a NCOSE é uma organização dedicada a combater a
pornografia, atividade ligada ao tráfico sexual, à violência contra as
mulheres, ao abuso infantil e à dependência química.
“A pornografia direciona a sexualidade de um indivíduo aos pixels de uma
tela em vez de uma pessoa real, o que é inerentemente incompatível com
relacionamentos saudáveis e orgânicos. Um amplo conjunto de pesquisa
está chamando a atenção para as diversas formas nas quais a pornografia
afeta negativamente tanto mulheres como homens e esta última
meta-análise fornece importantes conclusões para o diálogo que está
sendo realizado”, expressou Hawkins.
Do mesmo modo, assinalou que a análise contradiz o estudo ‘Porn Sex
Versus Real Sex: How Sexually Explicit Material Shapes Our Understanding
of Sexual Anatomy, Physiology, and Behaviour’, o qual afirmava que a
pornografia afeta positivamente os relacionamentos e a sexualidade,
depois de perguntar aos participantes acerca de qual impacto a
pornografia causava em suas vidas.
Hawkins advertiu que esses pesquisadores usaram “uma metodologia
deficiente que só poderia produzir resultados positivos. Em seguida,
apresentaram os resultados como imparciais e válidos, apesar da
metodologia tendenciosa”.
A pornografia está recebendo, cada vez mais, uma atenção negativa à
medida que mais grupos e indivíduos destacam os seus efeitos destrutivos
sobre o bem-estar e as relações pessoais.
No ano passado, durante a Convenção Nacional Republicana, o Partido
Republicano declarou a pornografia como uma crise de saúde pública como
parte do seu programa, poucos meses depois que o estado de Utah
expressou o mesmo.
O comediante britânico Russell Brand, os atores Joseph Gordon-Levitt e
Rashida Jones, e o ex-jogador da NFL e ator de ‘Brooklyn Nine-Nine’,
Terry Crews, são apenas algumas celebridades que falaram recentemente
contra a pornografia , assim como as suas propriedades viciantes e os
seus efeitos nocivos nos relacionamentos.
Os smartphones e outras tecnologias tornaram a pornografia mais
acessível do que nunca, causando o aumento da prevalência do seu vício.
Entretanto, em resposta, foram criados vários grupos comunitários
on-line, aplicativos de smartphones e vídeos educativos, tanto seculares
como baseados na fé, com o objetivo de ajudar as pessoas a superarem
este vício.
Entretanto, apesar da evidência científica contra a pornografia, há uma
forte tendência a favor do mesma, que é apresentada como se fosse uma
parte de uma sexualidade saudável.
“Atualmente a pornografia é tão intensa que muitas pessoas cresceram
vendo e, portanto, assumem como algo normal e saudável da sexualidade”,
disse à CNA – agência em inglês do Grupo ACI – Haley Halverson, diretora de comunicações da NCOSE.
“Entretanto, assim como os cigarros na década de 1950, sabemos que só
porque uma prática é aceita popularmente não significa que seja saudável
ou benéfica”, acrescentou.
Também há argumentos recentes de que a pornografia simplesmente precisa
ser produzida de forma mais ética. Entretanto, disse Halverson, não é
possível fazer uma prática “inerentemente antiética, mais ética”.
“A pornografia envolve inerentemente desumanizar uma pessoa, reduzindo-a
a uma simples coleção de pedaços do corpo para o prazer sexual de
maneira egoísta. Esta é uma maneira inerentemente antiética de ver ou
tratar a outra pessoa”, acrescentou.
Finalmente, Halverson disse que, embora algumas pessoas possam tentar
tornar a pornografia “menos antiética”, essas tentativas “nunca poderão
mudar o fato de que a pornografia converte os seres humanos em objetos”.
“Somente uma sociedade que rejeita a pornografia pode respeitará plenamente a dignidade humana de todas as pessoas”, concluiu.
Fonte: ACI Digital
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