Imagine trocar lixo por alimentos fresquinhos? É essa a ideia do
projeto ‘Reciclou, Levou’, que acontece em Guarujá, no litoral de São
Paulo. Para estimular o separo dos materiais recicláveis, a
administração municipal criou o programa, que começou a funcionar em
junho. Os moradores levam o lixo reciclável e retiram cupons que podem
ser utilizados na feira solidária, no caminhão do peixe e na padaria.
Além de ajudar na questão ambiental, o bolso do consumidor agradece.
A ideia foi inspirada em um projeto implantado na cidade de Umuarama.
Ele só foi possível graças a uma parceria entre o Fundo Social de
Guarujá e a Cooperativa de Beneficiamento de Materiais Recicláveis e
Educação Ambiental (Cooperben), que perceberam a necessidade de uma ação
dessas na cidade.
Em maio deste ano, foram recolhidos 12.966 toneladas de lixo, cerca de
341 toneladas por semana. A destinação final da coleta realizada no
município é levada pelos caminhões coletores para estação de transbordo e
em carretas para o Sitio das Neves (aterro licenciado).
Segundo Gilberto Benzi, secretário de Desenvolvimento Econômico e
Portuário de Guarujá, grande parte dos moradores não faz a separação do
lixo e, por isso, era preciso uma ação forte de conscientização.
“Vimos naquela cidade, gostamos e resolvemos colocar em funcionamento
aqui. É um projeto que vai, de uma forma ou de outra, conscientizar a
população. E tem a questão financeira. A pessoa colabora e acaba
ganhando também. A dona de casa separa o lixo e pode trocá-lo, vira
comida na mesa”, afirma.
O cidadão precisa recolher o lixo reciclável e levá-lo até o caminhão
de coleta da Cooperben, que fica estacionado sempre no mesmo endereço
que o Caminhão do Peixe, com datas, horários e endereços pré-definidos. O
caminhão de coleta aceita resíduos sólidos plásticos como garrafas
pets, embalagens de produtos de limpeza em geral, garrafas de água e
sacolas plásticas e, ainda, óleo de fritura.
No caminhão, o lixo é pesado e o morador retira um cupom no valor
correspondente ao peso do material entregue. Por exemplo, 1 kg de
garrafa pet equivale a R$ 0,70, ou o litro do óleo doméstico resulta em
um cupom de R$0,50.
O morador pode usar o cupom para trocar por produtos da Feira da
Economia Solidária, como frutas, verduras, legumes e hortaliças, ou na
Panificadora Solidária, que traz pães fresquinhos como o de
mandioquinha, cenoura, batata e que são feitos com os legumes da própria
horta ou também os pescados do Caminhão do Peixe.
Além de diminuir o impacto ambiental, principalmente nas comunidades, a
ideia é movimentar a econômica regional. “A ideia é criar em todos os
bairros. A gente quer que cresça. O importante é que seja
autosustentável. Para a dona de casa, é uma economia. Para os
cooperados, gera mais emprego e é menos lixo no meio ambiente. Em uma
semana, tivemos um retorno muito bom. As pessoas gostaram da ideia,
tanto o aspecto financeiro, como social e ambiental”, falou Benzi.
Fonte: Portal G1
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