Amado Batista garante que, não fosse a pirataria, venderia dois milhões
de produtos físicos por ano, entre CDs e DVDs. “Essa é a estimativa de
unidades comercializadas anualmente por camelôs, em todo o país”,
lamenta ele que, de forma oficial, vem registrando cerca de 200 mil
cópias anuais em vendas. Popular de norte a sul, o eterno romântico,
cujas canções há quase 40 anos embalam relacionamentos e povoam o
imaginário feminino, está lançando mais um projeto inédito – “Negócio da
China”, que reúne o 32º disco e 5º DVD de sua carreira. A distribuição
está a cargo da Radar Records. “Sou conhecido por falar de amor, mas
pela primeira vez gravei uma música (a faixa-título) com proposta um
pouco diferente. É dançante, com letra de duplo sentido”, afirma ele.
Explorando o compasso rítmico do vanerão, a letra da faixa aborda os
dotes culinários do personagem em questão, com refrão malicioso que diz
“eu vou levar você pra comer lá em casa”.
Justamente por ser diferente de tudo que Amado já lançou até agora,
“Negócio da China” é a primeira música a ser trabalhada nas rádios. Além
desta, o projeto reúne outras três inéditas. Uma delas, escrita por ele
e seu inseparável parceiro e produtor Reginaldo Sodré, vem a calhar
neste ano eleitoral. Trata-se da canção de protesto “Que saudade (Todo o
Congresso)”. “Faço uma relação entre meu tempo de criança, quando
trabalhei na roça e aprendi muitos valores morais, com os tempos atuais.
Hoje em dia, a criança e o adolescente não podem trabalhar, mas podem
ficar na rua fazendo coisa errada”, reforça. “Por isso, na letra sugiro
aos congressistas que revisem o Estatuto da Criança e Adolescente”. As
outras inéditas do projeto são as românticas “Louco de Amor”(Amado e
Reginaldo) e “Três Marias” (Xandó).
O repertório do CD é completado por 11 regravações de sucessos dos anos
70 e 80 nas vozes de outros artistas. “Quis homenagear cantores que
estouraram nacionalmente naquele período. Nem todos mantiveram-se na
ativa, mas achei que deveria destacar a importância que tiveram naquela
fase”, justifica. A lista inclui “Viola Cabocla” (gravada por Tonico e
Tinoco e Tião Carreiro e Pardinho), “Feiticeira” (primeiro hit de Carlos
Alexandre), “Ritmo da Chuva” (principal gravação de Demétrius), “És Meu
Amor “(Jerry Adriani) e “Quero Você” (cujo compacto, lançado pelo
paraense Carlos Santos, alcançou um milhão de cópias em vendas).
A lista de regravações inclui ainda “Castelo dos Sonhos” (Walter Basso),
“A Rua Em Que Você Morava” (Gilberto Lemos), “Quarto de Mansão” (Paulo
de Paula), “Amor Antigo” (Rony Cardoso), “Capa de Revista” (Pedro Paulo)
e “A Raposa e As Uvas”, de Reginaldo Rossi.
CD DE ESTÚDIO, DVD AO VIVO
Embora CD e DVD estejam sendo lançados ao mesmo tempo e com o mesmo
título, foram gravados em momentos e locais distintos. O CD foi
produzido em São Paulo, em estúdio, em meados de 2013 – por Amado,
Reginaldo Sodré e pelo maestro Juliano Teruk. Já as imagens do DVD foram
captadas em novembro, em show realizado na casa Castelo Bonsucesso, no
Rio de Janeiro, com direção de Rafael Almeida. Como diferencial ao CD, o
cantor resolveu incrementar o setlist do show com cinco faixas de seu
disco anterior, devidamente registradas por Rafael e incluídas no DVD:
“Desliga a Luz e o Telefone”, Amor, Meu Louco Amor”, Diz Pra Sua Amiga”,
“Não, Não Vá Embora” e “Hey!”.
Ídolo de vários artistas populares da nova geração (entre os quais Léo
Magalhães), Amado já vendeu mais de 30 milhões de discos (números
oficiais), mas sua carreira reúne curiosidades interessantes. Há mais de
uma década, ele figura no Top 10 dos artistas mais pirateados do país.
E, embora colecione mais de 30 hits conhecidos nacionalmente (entre eles
“O Fruto do Nosso Amor”, “Princesa”, “Seresteiro das Noites”, “Meu
Ex-amor” e “Vem Morena”), nunca teve uma música sua incluída em temas de
novela da Rede Globo – recurso recorrente na indústria para alavancar
carreiras musicais. “Minha relação com a emissora é ótima. Sempre me
apresentei nos programas da casa, desde os tempos do Chacrinha. Mas por
coincidência ou outro motivo que eu desconheço nunca uma música minha
entrou em trilhas da emissora”, explica ele.
Tal questão, no entanto, é só um detalhe na trajetória de sucesso deste
goiano de 63 anos – referência em música popular e que continua
arrastando multidões em seus shows. Afinal, seu nome não tem ligação com
figuras de linguagem ou lance de marketing. Ele é Amado mesmo. Desde
sempre. Amado Rodrigues Batista.
Fonte: Capital FM
0 Comentários
Deixe seu comentário, lembrando que este deverá ser aprovado para ser publicado no site.
Não serão aceitos comentários com spam, propagandas, palavrões e etc.