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Ritchie



RITCHIE, é meu apelido há anos mas o meu nome verdadeiro é Richard David Court. Nasci em Beckenham, no condado de Kent, no Sul da Inglaterra no dia 6 de março de 1952.

1954Durante a minha infância e adolescência, por ser filho de militar, morei em diversos países como Quênia, Dinamarca, Italia, Alemanha, Iêmen do Sul e Escócia, além de várias localidades da Inglaterra.

1959Estudei em colégios internos, primeiro Tormore School (dos 7 aos 13 anos), Sherborne School (dos 13 aos 19 anos) e depois cursei a faculdade de literatura inglesa na Universidade de Oxford (Magdalen College).

1972Em 1972, larguei os estudos para tocar flauta numa banda iniciante de Londres chamada Everyone Involved com mais de 20 integrantes.
Gravamos um LP, Either/Or, no mesmo ano, em colaboração com outros artistas londrinos, para contestar os planos de modificação de Piccadilly Circus, no West End da capital. Algumas centenas de cópias foram prensadas e distribuidas gratuitamente na rua. Havia até um selo no disco com os seguintes dizeres:
- Se você pagou por isto, você foi roubado!


Os Brasileiros

Durante as gravações do disco do Everyone Involved, o guitarrista Mike Klein me apresentou um grupo de colegas brasileiros, Lucinha Turnbull, Sandra Werneck, Rita Lee e Liminha, estes dois últimos integrantes da banda Os Mutantes, que estavam visitando Inglaterra para comprar instrumentos.

Surgiu desse encontro uma forte amizade e o convite para conhecer o Brasil e eventualmente tocar com eles.
No final de '72 embarquei, com armas e bagagens, para o Brasil onde acabei formando, em São Paulo, a banda Scaladácida com Fabio Gasparini (guitarras), Sérgio Kaffa (baixo), e Azael Rodrigues (bateria).

A banda acabou ficando bastante conhecida em São Paulo onde fazia shows ao vivo com frequência. Surgiu a possibilidade de um contrato com a gravadora Continental, mas ainda sem um visto regularizado, eu não pude assiná-lo. Com a dissolução da banda no final de '73, decidi tentar a sorte no Rio de Janeiro com minha mulher, a arquiteta e estilista carioca, Leda Zuccarelli.


Rio de Janeiro

Dei muitas aulas de inglês (particularmente e, mais tarde, na Escola Berlitz). Meus alunos daquela época incluiam o multi-instrumentalista, Egberto Gismonti, a cantora, Gal Costa e o saxofonista, Paulo Moura. No caso desse último , eu dava aulas de inglês em troca por aulas de flauta.

Inicialmente fazendo backing vocais e tocando flauta, participei do grupo de jazz-rock Soma liderado pelo baixista Bruce Henry. O percussionista da banda era Alyrio Lima, (que chegou a gravar, anos depois, quando já morava nos EUA, com o grupo fusion, Weather Report, com o trompetista, Miles Davis e com o guitarrista, John McLaughlin).

Logo depois entrei para A Barca do Sol, como flautista, (ao lado dos violonistas, Nando Carneiro e Muri Costa, o percussionista, Marcelo Costa e o violoncellista e arranjador, Jaques Morelenbaum).

Em determinado momento sugeri que eu cantasse, em vez de tocar flauta, e fui prontamente despedido da banda! Afinal, onde já se viu um gringo cantando MPB em português? Um absurdo!

Vímana

Em 1975, aceitei um convite para ser cantor & flautista na banda progressiva carioca, Vímana.

Inicialmente fomos contratados para acompanhar a atriz Marilia Pêra na peça musical A Feiticeira. Eu tocava flauta. O Vímana utilizava o teatro às tardes para ensaiar exaustivamente.

Os outros integrantes da banda eram o guitarrista, Lulu Santos, o baterista, Lobão, o baixista, Fernando Gama e o tecladista, Luiz Paulo Simas. Tocavamos com frequência no Museu de Arte Moderna e principalmente nos teatros do Rio, conquistando, aos poucos, um público fiel ao nosso estilo híbrido de rock-jazz-pop-samba-funk progressivo.

Em 1977, foi lançado nosso único compacto simples Zebra pelo selo Som Livre. O LP foi arquivado pela gravadora que alegava não haver público para o rock no Brasil.

No final dos anos 70, Vímana chegou a ensaiar, como banda de apoio, com o tecladista suiço, Patrick Moraz, (ex-Yes, ex-Moody Blues etc.). Insatisfeito com a situação, Lulu deixou a banda para se dedicar a sua carreira solo.

Com a saída do Lulu, a banda se dissolveu e cada integrante foi para seu lado. Voltei ao ensino de inglês em tempo quase integral, tocando música por prazer. Quase cheguei a acreditar que tocar rock no Brasil era uma causa perdida.

Let the Thunder Cry

Meu primeiro encontro pessoal com o Jim Capaldi, (baterista e letrista da banda pioneira inglesa, Traffic), foi quando ele esteve de férias no Rio em 1974.

Jim se tornou um grande amigo. Ele era casado com uma carioca e passava longas temporadas no Rio. Às vezes, ele gravava suas demos de novas músicas em meu pequeno apartamento em Copacabana.

Em 1980, Jim me convidou para voltar à Londres, onde participei, como vocalista e arranjador, de seu álbum solo, Let the Thunder Cry. De repente me encontrei trabalhando ao lado de cobras como Steve Winwood (Traffic), Andy Newmark (John Lennon etc.), Simon Kirke (Free, Bad Company), Reebop Kwaaku Bah (Traffic) e Mel Collins (King Crimson).

Quando voltei ao Brasil, decidi procurar novamente o Bernardo Vilhena, que havia feito algumas letras para a extinta banda, Vímana. Começamos a compor juntos as músicas de um eventual disco solo, que, pela primeira vez, seria cantado inteiramente em português.

Vôo Solo

Liminha, nessas alturas, já era meu aluno de inglês e produtor na Warner. Ele me ajudou a fazer, em '82, a primeira demo em 4 canais da música Menina Veneno.

Empolgado com o resultado, mas sem conseguir despertar ainda o interesse de nenhuma gravadora, me juntei a este e outros músicos e produtores amigos para gravarmos, em apenas 8 canais, uma fita para o selo independente, Vinyl. Na faixa Vôo de Coração, tive o apoio, nas guitarras, do meu amigo de outros carnavais, Steve Hackett, recém-saído da banda Genesis.

A fita resultante caiu, por acaso, nas mãos de um alto executivo do selo Epic (CBS), que resolveu comprar a briga e lançar, tentativamente, a música Menina Veneno em fevereiro de 1983. Para a surpresa de todos, (inclusive a minha), o compacto simples se tornou um dos maiores fenômenos da industria, alcançando em poucas semanas a marca de mais de meio milhão de cópias vendidas, fato até então inédito no mercado brasileiro para um disco de estréia.

O Estouro

Em junho do 1983, foi lançado meu primeiro LP solo, Vôo de Coração, que teve a sorte de repetir o sucesso da música carro-chefe.

Ao todo, 5 faixas do disco, Menina Veneno, A Vida Tem dessas Coisas, Casanova, Pelo Interfone, e a canção-título, Vôo de Coração ocuparam os primeiros lugares das paradas de sucesso brasileiras.

Em 1984 fui premiado com o prestigioso Trofeu Imprensa como melhor cantor do ano 1983. Meus concorrentes na mesma categoria eram ninguém mais ninguém menos que Roberto Carlos e Tim Maia. Uma honra e uma temeridade!

No mesmo ano, montei uma banda com Nico Rezende (teclados), Torquato Mariano (guitarras), Fred Maciel (bateria), Nilo Romero (baixo), Chico Sá (sax), Mariza Fossa & Sonia Bonfá (vocais) e embarcamos numa turné nacional de mais de 140 cidades brasileiras além de excursionarmos por vários países da América Latina.

Enquanto estavamos na estrada, eu soube que o disco havia ultrapassado a marca mágica de um milháo de discos vendidos. Foi a realização de um sonho.

Em 1985, fui convidado a participar do megaclipe/filme promocional do Mick Jagger, entitulado Running Out of Luck.

No filme eu faço o papel de um popstar britânico que chega no Brasil pela primeira vez. A minha cena, onde entro acompanhado de meu manager, Dennis Hopper, foi filmada no aeroporto Santos Dumont, no Rio.

Os Discos

Até hoje, tenho 9 discos solos lançados no Brasil. Em 2009, abri meu próprio selo, Popsongs, e no mesmo ano lançamos o cd/dvd/blu-ray Outra Vez (ao vivo no estúdio). Foi o primeiro Blu-ray de um artista nacional a ser fabricado no Brasil.

Em 2012, comemorei meus 60 anos de vida com um disco de regravações de músicas da década de 60, o primeiro da minha carreira no Brasil a ser cantada inteiramente em minha língua nativa. O disco se chama "60" e você pode comprar (ou simplesmente ouvir todas as faixas em streaming) aqui.

Isso sem contar com as várias coletâneas da SonyMusic e um disco como integrante da banda  all-star Tigres de Bengala ao lado de Vinicius Cantuária, Mu & Dadi (A Cor do Som), Claudio Zoli e Billi Forghieri (Blitz).

Já participei, como convidado especial, em discos de Caetano Veloso, Gilberto Gil (seu disco de '84, Raça Humana é generosamente dedicado à minha pessoa),

Fui o convidado especial em diversos projetos de artistas como Wagner Tiso, Kid Abelha e Flávio Venturini, entre outros.



Realizei shows nos Estados Unidos, Paraguai, Uruguai, Peru e em todo o território brasileiro.

As Novelas

Diversas músicas minhas foram escolhidas como tema de novela de TV. Em 1986, a música Transas, escrita por meu tecladista Nico Rezende e empresário Paulinho Lima, foi premiada com o Troféu Villa Lobos como o compacto mais vendido do ano, graças em boa parte ao sucesso da novela Roda de Fogo.

Outras canções minhas utilizadas em novelas são Casanova, Só pra o Vento, Coisas do Coraçao, Mais Você e Um Homem em Volta do Mundo, esta última gravada especialmente para a novela Cara e Coroa de 1996.

Projetos especiais dessa época incluem a gravação em Londres de músicas feitas em parceria com Dominic Miller. Meu amigo de longa data, Dominic é o atual guitarrista da banda do Sting, com quem escreveu o megasucesso Shape of My Heart. (Uma das músicas da nossa parceria, Distant Shore, gravada em Londres em 1994, pode ser conferida aqui.

Outras Quinhentas

Além de me dedicar à música, gosto de pilotar computadores e engenhocas MIDI desde 1985 e também atuo na área de multimídia com gravações para projetos educacionais em CD ROM como MPB para Crianças, e a produção de arquivos MIDI de ritmos brasileiros para Keyfax Software (a série Twiddly Bits) com o super-batera Alfredo Dias Gomes.

Desenhei a Vitrola Virtual, um songbook interativo para guitarristas, para o Lulu Santos, como parte integral do seu website oficial. O site foi votado pela IBest entre os 10 melhores websites de 1997, na categoria Arte & Cultura.

Uma parte do site do poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade, uma versão interativo do livro, O Avesso das Coisas, também foi desenvolvido por mim em 1998, junto com o neto do poeta, Pedro Drummond.

Hoje em dia trabalho apenas ocasionalmente como websound designer mas por boa parte dos anos 90, cheguei a trabalhar nisso quase em tempo integral.

Em 1999, fui convidado por Thomas Dolby (o artista, produtor e fundadador da Beatnik Inc.) para desenhar e implementar a sonorização dos websites da Yahoo! Digital e Beatnik.

Recentes trabalhos sonorizados no Brasil incluem o USINACIFRAS (um songbook interativo para guitarristas, movido à Beatnik) da hoje já extinta Usina do Som.
Hoje em dia eu não trabalho muito mais como consultor free-lancer de web, simplesmente porque não dá mais tempo.
A música sempre falou mais alto na minha vida.

Hoje em Dia

Meu CD Autofidelidade, foi lançado em junho de 2002 pela DeckDisc. É um disco de inéditas, o primeiro em mais de 10 anos, e vem com 14 faixas, 5 delas cantadas em inglês.

O primeiro single Lágrimas Demais foi tema da personagem da Vera Fischer na novela Global Agora É Que São Elas.

Desde 2004 tenho voltado cada vez mais à estrada, percorrendo o Brasil todo fazendo shows com minha banda e também como integrante de um road-show dos Anos 80 composto de colegas e convidados da nata do BRock, sob a batuta do meu amigo Leo Jaime.

O DVD deste show, gravado para o programa Multishow em junho de 2005 no teatro Olympia de São Paulo, um sucesso de público e crítica, foi premiado recentemente com um disco de platina pela venda de mais de 78,000 exemplares.

Uma faixa, entitulada Fala, que eu gravei num disco tributo ao Secos e Molhados em 2003, pela Deckdisc, foi selecionada como tema para a personagem de José Mayer na novela da Globo, A Favorita, que estreiou em junho de 2008.

Em 2009, transformei minha Editora PopSongs, num selo tambm e, em parceria com o Canal Brasil, A Microservice e Estúdios Visom, lançamos o primeiro Bluray de um artista a ser produzido, autorado e fabricado no Brasil. O trabalho também saiu nos formatos CD e DVD. O disco está também disponível para download no iTunesStore e na ONErpm.

Fiz 60 anos no dia 06 de março de 2012 e para comemorar a data, lancei o primeiro disco da minha carreira a ser cantado inteiramente em inglês, só de covers dos anos 60. O disco está disponível em CD no Brasil e teve lançamento mundial simultâneo em mais de 90 lojas digitais como iTunes, ONErpm e Amazon.
Moro no Rio de Janeiro com a minha mulher, Leda, nossas duas filhas, Mary e Lynn, e nossa cadelinha, da raça Cão D'Água Português, que atende pelo nome de Joaquina.



Site Oficial: www.ritchie.com.br

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